ASMA
INTRODUÇÃO
É uma doença inflamatória crônica da via aérea com base genética, caracterizada por infiltração dos brônquios por diversas células, em especial eosinófilos, linfócitos T e mastócitos e uma anormalidade funcional denominada hiper-reatividade bronquial.
Em resumo é uma doença inflamatória crônica de vias
aéreas inferiores (VAI) progressiva e degenerativa,
sem cura definitiva.
Se manifesta clinicamente por dispneia sibilante, tosse, expectoração e sensação de opressão no peito.
A asma é uma doença de difícil diagnóstico, por isso a clínica é tão importante, a asma pode ser controlada, porém não há uma cura definitiva, sendo assim, é muito importante realizar o seguimento dos pacientes previamente diagnosticados com asma.
ETIOLOGIA
A asma é um transtorno heterogêneo no qual guarda relação mútua com fatores genéticos e ambientais. Também foi identificado certos fatores de risco que predispõe a asma, é importante diferencia-los dos elementos desencadeantes, que são fatores ambientais que pioram a asma em pessoas com a doença já estabelecida.
Como dito anteriormente é a interação entre fatores alérgenos e genéticos, antecedentes patológicos familiares são fundamentais e de suma importância para o diagnóstico (se 1 dos pais tem asma, 25% se os 2 tem asma 50%), ou interação com outro tipo de doença (ATOPIA) principalmente rinite, sinusite.
Como dito anteriormente é a interação entre fatores alérgenos e genéticos, antecedentes patológicos familiares são fundamentais e de suma importância para o diagnóstico (se 1 dos pais tem asma, 25% se os 2 tem asma 50%), ou interação com outro tipo de doença (ATOPIA) principalmente rinite, sinusite.
Os fatores desencadeantes são no geral:
Ø
Ácaros;
Ø
Pelos
de animais;
Ø
Fumaça
de cigarro;
Ø
Alérgenos;
Ø
Mudanças
climáticas;
Ø
Exercícios
físicos.
Como demonstrado acima são vários os fatores que desencadeiam a estenose das vias respiratórias, as sibilâncias e a dispneia em asmáticos. Antes se pensava que era necessário evitar esses estímulos, porém na atualidade que quando esses fatores desencadeiam a asma é simplesmente porque não está bem controlada e constitui um indicador da necessidade de incrementar o tratamento de controle, ou seja, tratamento preventivo.
Como demonstrado acima são vários os fatores que desencadeiam a estenose das vias respiratórias, as sibilâncias e a dispneia em asmáticos. Antes se pensava que era necessário evitar esses estímulos, porém na atualidade que quando esses fatores desencadeiam a asma é simplesmente porque não está bem controlada e constitui um indicador da necessidade de incrementar o tratamento de controle, ou seja, tratamento preventivo.
FISIOPATOLOGIA
A asma é acompanhada de uma inflamação crônica específica da mucosa das vias respiratórias inferiores.
Reação dos brônquios é: Edema, hipersecreção de muco e contração da musculatura lisa. É o estado de hiper-reatividade desses brônquios.
Reação dos brônquios é: Edema, hipersecreção de muco e contração da musculatura lisa. É o estado de hiper-reatividade desses brônquios.
Consequência: Espessamento
de parede de vias aéreas, aumento de secreção de muco e bronco constrição
(QUADRO OBSTRUTIVO).
Fenótipos:
1) Classificação
de Tucson:
Ø
Sibilância transitória: 1
ano de vida e some ate 3 anos de idade;
Ø
Sibilância persistente: surge
antes dos 3 anos de idade e persiste por mais 6 anos;
Ø
Sibilância tardia: começa
com mais de 3 anos.
2) European
Respiratory Society:
Ø
Sibilância
viral episódica: desencadeada após infecções virais respiratórias;
Ø
Sibilância
desencadeada por múltiplos fatores: frio, exercício, alérgeno, vírus etc.
DIAGNÓSTICO
Observa-se basicamente a história
parental, alergias/irritantes e ambiente psicossocial.
Sinais de atopia:
Ø
Palidez
nasal;
Ø
Ressecamento
de pele;
Ø
Tórax
em barril;
Ø
Comprometimento
do crescimento/desenvolvimento;
Ø
Sibilos.
ÍNDICE
PREDITIVO DE ASMA (IPA)
foi criado com o objetivo de gerar uma maior precisão ao diagnóstico de asma.
Diagnóstico de exclusão baseado em critérios.
IPA
Original x IPA Modificado:
Um critério maior ou dois menores tanto
do original quanto do IPA modificado podem dar uma alta probabilidade de asma.
CRITÉRIOS MAIORES
|
|
Pai/Mãe
com asma
|
Pai/Mãe
com asma
|
Dermatite
Atópica
|
Dermatite
Atópica
|
Sensibilização
a aero alérgenos
|
CRITÉRIOS MENORES
|
|
Rinite
Alérgica
|
Sensibilização
à ovo, leite ou amendoim
|
Sibilância
não associada à infecções virais
|
Sibilância
não associada à infecções virais
|
Eosinofilia
>4%
|
Eosinofilia
>4%
|
Crianças menores o diagnóstico é mais
difícil, pois se faz necessário uma história detalhada e o meio em que a criança se encontra.
Menores de 5 anos, se basear em grupos:
·
Persistência
de sibilância após lactente.
Ø
Em
pré-escolares pensar no último ano:
Ø
Asma
induzida por vírus/exercício;
Ø
Asma
atópica/alérgica;
Ø
Asma
não atópica.
Em maiores de 5 anos, adolescentes
(maior associação ao tabagismo ativo), o quadro de asma fica mais nítido.
·
Diagnostico
mais acessível e acurado:
Ø
História
melhor definida;
Ø
Menor
associação de sibilos a infecções;
Ø
Possibilidade
de realização de prova de função pulmonar (espirometria).
EXAMES COMPLEMENTARES
Ø
Rx
de tórax para excluir outros diagnósticos;
Ø
Pesquisa
de sensibilização a alérgenos: risco para desenvolver asma para a substância a
qual der ativo.
o
Teste
cutâneo, exemplo (pelo de gato/cachorro, cigarro, etc)
o
IgE
específico.
Ø
Espirometria é o melhor exame pois pode observar
nitidamente que a criança está tendo um prejuízo na prova respiratória,
principalmente na inspiração, e com um bronco dilatador há melhora.
Ø
Relação
entre Volume expiratório forçado em primeiro nível (VEF1) por Capacidade vital
forçada (CVF) <80% ou Resposta ao bronco dilatador (BD) com VEF aumentado em
mais de 12%.
Ø
Teste
de esforço (8 minutos), asma induzida por exercício.
Ø
Queda
no VEF1 maior que 15%.
CONTROLE DA ASMA
ASMA
CONTROLADA
|
ASMA
PARCIALMENTE CONTROLADA
|
ASMA
NÃO CONTROLADA
|
|
Frequência
de sintomas diurnos
|
0 a
2/semana
|
>2/semana
|
|
Limitação
para atividades
|
Ausente
|
Presente
|
|
Sintomas
noturnos
|
Ausente
|
Presente
|
|
Uso de
medicação de alívio
|
0 a
2/semana
|
>2/semana
|
|
Função
pulmonar
|
PEF ou
VEF1 normal
|
<80%
(PEF/VEF1)
|
Asma controlada: Preencher todos os critérios.
Asma parcialmente
controlada: Basta ter um
dos critérios.
Asma não controlada: Ter 3 ou mais dos critérios da
parcialmente controlada.
TRATAMENTO
Se divide em 2: Crise e manutenção.
Crise: Para não evoluir para hipóxia.
Graduar se a crise é leve, moderada ou grave.
Ø
História:
o
Crises
progressivas;
o
Uso
de corticoides;
o
Hospitalizações;
o
Oxigenoterapia;
o
UTI.
LEVE
|
MODERADA
|
GRAVE
|
|
FR
|
Normal/aumentada
|
Aumentada
|
Aumentada
|
FC
|
Normal
|
Aumentada
|
Aumentada
|
COR
|
Normal
|
Palidez
|
Cianose
|
CONSIÊNCIA
|
Normal/Agitado
|
Agitado
|
Confuso
|
ASPECTOS
GERAIS
|
ü Sem sinais de esforço ventilatório;
ü Consegue deitar
|
ü Com sinais de esforço ventilatório;
ü Prefere sentar;
ü Aceitação parcial de dieta.
|
ü Com sinais de esforço ventilatório;
ü Curva-se para frente;
ü Não se alimenta
|
AUSCULTA
|
Sibilo
expiratório
|
Sibilo
inspiratório e expiratório
|
Silêncio
|
PROVA
DE FUNÇÃO PULMONAR (PFE) APÓS BD
|
Normal
(>80%)
|
80-60%
|
<60%
|
SO2
|
>95%
|
91-95%
|
<91%
|
PCO2
|
Normal
|
Normal
|
>45
mmHg
|
TRATAMENTO
NA CRISE:
Ø
Uso
de b2-agonista de ação rápida:
o Salbutamol/Fenoterol
Ø
Via
inalatória – IPD com espaçador;
Ø
Dose
de ataque: 2-4 jatos/vez, 20-20 minutos, por 1 hora.
Se resposta for parcial:
Ø
Associar
com Prednisona via
oral 1-2 mg/kg/dia, 2-4 jatos, por mais 1 hora.
Se o paciente está hidratado,
acianótico, sem dispneia ou sinais de hipoxemia = Alta
+ orientações gerais.
Orientações
caso de alta:
Ø
Prescrever
B2-agonista de curta, via inalatória com espaçador, 2-4 jatos 4/4h ou 6/6h
(enquanto persistir a tosse);
Ø
Prednisona dose única (DU) diária 3-5 dias;
Ø
Pode
ser usado brometo de ipratrópio no inicio do quadro grave, associado a
b2-agonista.
Caso
não de alta:
Ø
Observar
por 4-6h na UPA/UBS;
Ø
Oximetria
de pulso e Pico de Fluxo Expiratório (PFE);
Ø
PFE
> 60-70% = Alta;
Ø
PFE
<40% após b2-agonista e SO2 <92% = Hospitalização.
Manutenção: Prevenção de novas crises.
Objetiva o controle da doença, qualidade
de vida.
Ø
Primeira
opção: Corticoide Inalatorio (CI):
o Beclometasona,
Budesonida ou Fluticasona
Ø
1 a
2 administrações diárias.
Ø
Uso
do espaçador para melhorar disposição pulmonar e menor incidência de efeitos
colaterais (espaçador porque ele facilita melhor deposição pulmonar do
medicamento e menor incidência de efeitos colaterais);
Ø
Reavaliar
a cada 3-4 meses.
ASMA NÃO CONTROLADA:
Ø
Aumentar
o tratamento;
Ø
Corticoide
inalatório.
ASMA PARCIALMENTE
CONTROLADA:
Ø
Reavaliar
o tratamento;
Ø
Checar
adesão e técnica. (Se o paciente está utilizando corretamente o medicamento,
horários, métodos de utilização da bomba, etc.)
ASMA CONTROLADA:
Ø
Reduzir
o tratamento;
Ø
Reduzir/suspender
o Corticoide inalatório (CI).
MANUTENÇÃO
Ø
Nebulizador;
Ø
Inalador
pressurizado Dosimetrado – IPD (bombinha);
Ø
Inaladores
de pó seco;
Ø
Importância
do espaçador: filtra partículas que se depositariam na orofaringe:
Ø
21%
vai para as Vias aéreas inferiores (VAI);
Ø
6%
ficam nas Vias aéreas superiores (VAS);
Ø
56%
são retidas no espaçador (iriam para boca e orofaringe).
Artigo por: Luiz Felipe Viel Vieira
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