Tosse: a tosse é um dos sintomas cardiorrespiratórios
mais frequentes e um motivo de consulta prevalente na prática ambulatória. Se
define como a contração espasmódica e repentina dos músculos expiratórios que
tem a função de liberar o sistema respiratório de secreções e corpos estranhos.
É um reflexo defensivo que, em muitos casos, não somente NÃO deve ser inibido, e
sim facilitado. O sintoma da tosse sempre deve ser enfocado no contexto geral
do paciente.
Fisiopatologia
Os estímulos que geram o
reflexo da tosse podem ser inflamatórios, mecânicos, químicos e térmicos. A
maioria dos receptores da tosse se encontra na região posterior da faringe e na
via aérea superior. Outros receptores da tosse se encontram nos senos paranasais
e na membrana timpânica, no pericárdio, no diafragma e no estomago.
A partir dos receptores sensitivos dos nervos trigêmeo, glossofaríngeo, pneumogástrico e laríngeo superior (via aferente) o estimulo chega ao centro bulbar da tosse. A via eferente está constituída pelos nervos laríngeo recorrente para o fechamento da glote e pelos nervos espinhais para a contração da musculatura torácica abdominal.
A partir dos receptores sensitivos dos nervos trigêmeo, glossofaríngeo, pneumogástrico e laríngeo superior (via aferente) o estimulo chega ao centro bulbar da tosse. A via eferente está constituída pelos nervos laríngeo recorrente para o fechamento da glote e pelos nervos espinhais para a contração da musculatura torácica abdominal.
Tipos e classificação
De acordo com o tempo de evolução,
se classifica em:
Tosse aguda: menos de 3
semanas de duração.
Tosse subaguda: de 3 a 8
semanas.
Tosse crônica: mais que 8
semanas.
A partir de uma visão clínica
a tosse pode ser:
Seca: não mobiliza secreções.
Úmida.
Produtiva: se o paciente
expectora ou deglute.
Não produtiva.
Muitas vezes, a auscultação pulmonar
permite a diferenciação, já que ao tossir se mobilizam secreções.
Também se distinguem tipos
de tosse segundo suas características:
Tosse ferina: é produzida
pela coqueluche ou tosse convulsa (infecção por Bordetella pertussis), se
caracteriza por acesso de tosse paroxística, que se iniciam com expirações violentas
e explosivas que se seguem de uma inspiração intensa e ruidosa provocada por espasmos
da glote. São emetizantes e predominam pela noite.
Tosse coqueluchoide: se
parece com a anterior, porém falta o componente inspiratório. É produzida pela excitação
do pneumogástrico causado por tumores no mediastino.
Tosse rouca: é seca,
intensa, se apresenta com acessos noturnos e é provocada pela laringe glótica o
subglótica.
Tosse bitonal: é de dois
tons pela vibração diferente das cordas vocais devido a uma paralisia de uma delas
gerada pelo compromisso do nervo recorrente por causa de tumores no mediastino.
Tosse emetizante: é aquela
que provoca vômitos, se observa normalmente em crianças.
Etiologia
A valoração do tempo da
tosse nos orienta para a causa a qual à origina. Na tosse aguda as infecções do
trato respiratório superior são as causas mais comuns.
Na maioria dos casos de
tosse de larga evolução se identifica a causa e em outros se designa como
idiopática. Na tosse subaguda a etiologia predominante é a pós infecciosa,
aquela que persiste até a resolução da infecção. Esta condição se observa com frequência na hiper-reatividade
bronquial pós viral.
Complicações da tosse
Cansaço e fadiga: são os sintomas
que com maior frequência são referidos pelos pacientes.
Síncope tussigena: se
explica pelo aumento da pressão intratorácica que faz com que se reduza o retorno
venoso e produz uma redução do gasto cardíaco.
Pneumotórax: por ruptura de
bolhas sub pleurais.
Incontinência urinaria:
durante o esforço tussigeno.
Dor torácica: em ausência de
fratura.
Outros: vômitos, insônia,
fraturas costais, etc.
Anamnese
Tempo de evolução, aguda, subaguda,
crônica.
Características da tosse.
Momento de aparição.
Sintomas acompanhantes.
Utilização de fármacos.
Expectoração
Em pessoas sãs as glândulas mucosas do trato respiratório e as células caliciformes
do epitélio bronquial produzem 100mL diários de secreção seromucosa.
Classificação: se deve analisar o tipo e cor da expectoração, volume e
odor.
Seroso: se apresenta como um liquido claro, amarelado ou ligeiramente
rosado como consequência de um transudato alveolar. A expectoração de grandes
quantidades de esputo tipo “clara de ovo” se observa em 50% dos casos dos
carcinomas broncos alveolares.
Salmão-rósea: expectoração serosa levemente tingida com sangue, características
do edema agudo de pulmão.
Espumoso: característico do edema alveolar incipiente como ocorre na insuficiência
cardíaca.
Mucoso: é incolor e transparente. Pode ter distintas consistências:
desde muito fluido até extremamente viscoso e denso, de difícil eliminação. É
resultado da secreção exagerada das células caliciformes e das glândulas mucosas.
Se observa em estados irritativos crônicos das vias aéreas (sinusite,
bronquite, asma bronquial).
Muco purulento: indica infecção e se caracteriza por ser fluido, opaco,
de cor amarela o esverdeado. Está constituído pelos elementos do pus produzido
pela ação peroxidase dos neutrófilos sobre a secreção traqueobrônquica antes de
ser expectorada.
Perolado: se deve diferenciar do anterior pela sua semelhança. É característico
da crise asmática. Seu aspecto pseudopurulento se deve pela presença em seu
interior de Cristais de Leyden, produto de proteína básica maior, liberada
pelos eosinófilos sem evidência de infecção.
Numular: originado nas cavernas tuberculosas, também se observa nas supurações
pulmonares, nas broquiectasias e nos tumores pulmonares infectados. Sua forma característica
é da forma de um conglomerado circular ou ovalado.
Hemoptóica: muco mesclado com sangue. Se observa nas bronquites agudas,
bronquiectasias, câncer de pulmão e tromboembolismo pulmonar.
Cor de tijolo: Típico de pneumonia.
Achocolatado: abcesso amebiano.
Com membranas: hidatiose.
Artigo por: Luiz Felipe Viel Vieira
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