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Cirrose alcoólica

ANATOMIA FISIOLÓGICA DO FÍGADO
O fígado é o órgão mais volumoso do corpo e representa 2% do peso total do corpo, isto é, cerca de 1,5 kg para um adulto típico. A unidade funcional básica é o lóbulo hepático, uma estrutura cilíndrica de vários milímetros de comprimento e 0,8 a 2 mm de diâmetro.
O fígado recebe sangue da veia porta e da artéria hepática, tem fluxo sanguíneo alto e resistência vascular reduzida, o que representa 27% do débito cardíaco em repouso.
AS DIFERENTES FUNÇÕES DO FÍGADO
• Filtração e armazenamento de sangue;
• O metabolismo de carboidratos, proteínas, gorduras, hormônios e compostos químicos estranhos;
• A formação de bile;
• O depósito de vitaminas e ferro;
• A síntese dos fatores de coagulação.
INTRODUÇÃO CIRROSE CAUSADA POR ÁLCOOL
A cirrose é um distúrbio que é definido por suas características histopatológicas e tem muitas manifestações e complicações clínicas, algumas das quais podem ser letais.
As manifestações clínicas da cirrose são o resultado de alterações patológicas e refletem a gravidade da doença hepática. As características patológicas consistem no aparecimento de fibrose de tal grau que produz uma distorção estrutural e nódulos de regeneração são formados. Isso é dado por:
• Diminuição da massa hepatocelular;
• Alterações no fluxo sanguíneo.
Os pacientes com cirrose têm vários graus de compensação em função hepática e deve ser distinguido dos que têm uma cirrose estável e compensada e descompensada com cirrose, aqueles com uma cirrose descompensada devem ser considerados para o transplante de fígado.
CIRROSE ALCOÓLICA 
O consumo crônico e excessivo de bebidas alcoólicas produz fibrose sem a ocorrência de inflamação ou necrose concomitante. A fibrose pode ser centrolobular, pericelular ou periportal. Quando a fibrose atinge um certo grau, a estrutura normal do fígado é destruída e os hepatócitos são substituídos por nódulos regenerativos. Na cirrose alcoólica, os nódulos geralmente têm um diâmetro <3mm, essa forma de cirrose é conhecida como micronodular.
Ao interromper o consumo de álcool, podem formar-se nódulos maiores, que dão origem a uma cirrose macronodular, micronodular e mista.
ETIOLOGIA
A ingestão de etanol aumenta o acúmulo intracelular de triglicerídeos, aumentando a captação de ácidos graxos e reduzindo a oxidação de ácidos graxos e a secreção de lipoproteínas. A síntese proteica, a glicolização e a secreção estão alteradas.
O dano oxidativo das membranas dos hepatócitos ocorre como conseqüência da formação de espécies reativas de oxigênio, que interferem nas atividades enzimáticas específicas, entre:
• formação de microtúbulos;
• trânsito proteico hepático.
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
1. Para estabelecer o diagnóstico de hepatite alcoólica é necessário confirmar o consumo excessivo de álcool, documentar a existência de doença hepática relacionada a esse agente tóxico e descartar outras causas de doença hepática.
• Confirmação do alcoolismo;

2. Testes para medir a função hepática:
• hemograma completo;
• tempo de protrombina;
• testes de função hepática;
• Nível de albumina no sangue;

3. Exploração Física:
• Hepatoesplenomegalia;
• Excesso de tecido mamário;
• Abdômen inchado, como resultado da presença de muito líquido (edema);
• palmas avermelhadas;
• Vasos sanguíneos vermelhos na pele na forma de uma aranha;
• Veias dilatadas na parede do abdômen;
• Olhos ou pele amarela (icterícia).
4. Testes laboratoriais: proteínas totais.
• albumina;
• Aspartato aminotransferase (AST ou TGO);
• alanina aminotransferase (ALT ou TGP);
• fosfatase alcalina;
• bilirrubina total;
• bilirrubina direta.
5. testes de imagem:
• tomografia computadorizada (TC) do abdome;
• ressonância magnética (RM) do abdome;
• Endoscopia para procurar veias anormais no esôfago ou no estômago
• Ultrassonografia do abdome;
6. Biópsia:
     Para confirmar o diagnóstico.
Características clínicas:
Os sintomas e manifestações analíticas podem variar de alterações mínimas àquelas que se assemelham a insuficiência hepática aguda. Entre esses dois extremos estão:
Sintomas inespecíficos:
• Mal estar;
• Anorexia;
• Perda de peso;
• Desconforto abdominal;
• Hepatomegalia dolorosa;
• Febre;
• Telangiectasia abdominal;
• Icterícia;
  Alterações analíticas:
• hiperbilirrubinemia;
• aumento das concentrações de aminotransferase;
• fosfatase alcalina sérica;
• Muitas vezes uma leucocitose neutrofílica.

Artigo por: Luiz Felipe Viel Vieira, Sara de Medeiros, Carlos Alberto Cunha Coelho, Sérgio Andrés Escalera Camargo.
  

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